Sala Comunal da Corvinal

É aqui que os alunos da Corvinal ficam quando não têm nada pra fazer ou estão com preguiça de sair. À direita fica o dormitório masculino e à esquerda, o feminino.

Lana entrou na Sala Comunal da Corvinal cansada, mas sem vontade de subir até seu dormitório. Foi andando devagar e sem rumo, até que viu uma poltrona qualquer e se jogou lá. Pensou que todos, ou pelo menos a maioria dos alunos, estavam no Salão Principal esperando pelo banquete. Seus pensamentos se dirigiram por um instante a Eric, e ela sentiu uma pontada de culpa por não ter nem ao menos se lembrado dele enquanto estava no Expresso de Hogwarts. Disse mentalmente a si mesma que tudo estava bem e, sem perceber, adormeceu absorta em seus pensamentos.

Grey até iria ficar no Salão Principal, mas desistira na última hora. Poderia comer alguma coisa no dia seguinte, não estava com fome. Entrou na Sala Comunal e quando ia se sentar em uma poltrona viu que havia alguém lá, rapidamente se afastou e viu quem era. Uma garota visivelmente mais velha que ele. Um ano, talvez. Se sentou em uma poltrona perto da lareira, que estava apagada. Não haviam muitas pessoas lá, somente dois sextanistas jogando xadrez de bruxo. Os únicos sons que se ouvia na Sala Comunal eram as vozes deles e os ''Clancs'' e ''Capofts'' vindo das peças que se destruíam.

Lana dormiu por alguns minutos, deitada e encolhida na poltrona. Mesmo adormecida, ouviu alguns barulhos que aparentemente estavam longe, mas continuou dormindo, ou tentando voltar a dormir. Quando já havia conseguido, ouviu um barulho mais alto do que os outros, que parecia de alguma coisa se quebrando. Se assustou e levantou-se da poltrona quase com um salto, sentando-se sobre ela logo depois, com os olhos um pouco arregalados. Ainda sonolenta e se recuperando do susto, Lana olhou para um lado e viu que lá havia um garoto, que parecia ser mais novo que ela. Ah... Você caiu no chão? perguntou, tirando um fio de cabelo que insistia em cair sobre sua testa, sem perceber que a frase dela não fizera sentido.

Grey tomou um susto quando uma peça destruiu outra no xadrez de bruxo e fez um barulho bastante alto, chegando a acordar a garota que dormia. Ela fez uma pergunta um tanto sem sentido, e Grey demorou alguns segundos para perceber que ela estava falando não com os sextanistas, e sim com ele. Olhou para trás com um movimento rápido de cabeça e olhou para a garota, que o encarava visivelmente com sono. Não, eu não caí. Deve ter sido alguma peça do jogo de xadrez daqueles dois ali. apontou para os garotos que estavam jogando xadrez de bruxo. Com sono? perguntou, mesmo sabendo que a resposta obviamente seria sim, pois o olhar sonolento da garota dizia tudo.

Lana não pôde conter um bocejo enquanto esperava uma resposta do garoto para sua pergunta. Ela finalmente percebera que sua pergunta não tinha feito sentido e pensou que talvez o garoto tivesse pensado a mesma coisa, por causa da pequena demora que teve para respondê-la. Ah, sim... Só agora que eu percebi que os dois estão jogando. disse Lana, olhando para os dois sextanistas que jogavam xadrez, assim que ouviu a resposta do garoto. É, eu tô com sono... Me distraí e acabei dormindo por aqui, mesmo... respondeu, se levantando da poltrona. Suas pernas estavam doloridas por ficarem encolhidas lá.

Eles estão jogando já faz algum tempo... Quando eu entrei aqui já tavam. E... Parecem ser surdos. De lá dá pra ouvir claramente o que falamos aqui... olhou novamente para os dois sextanistas, que não deram sinal algum de terem ouvido o que ele falara ou ao menos notar sua presença na Sala Comunal. Só continuavam com as ''falas de xadrez''. Grey sabia jogar xadrez como ninguém. Seu avô era maluco por isso, e o garoto sempre jogava com ele. Mas não gostava muito de xadrez, pois além de ser entediante, o fazia lembrar do avô.

De repente notou que ficara vagando em seus pensamentos e esquecera da presença da garota. Ah, qual é o seu nome? perguntou, só para mudar de assunto e não ter que se desculpar. Não sabia o motivo, mas não gostava de pedir desculpas. Soava tão... Estranho...

Eles podem ser surdos, mas também podem estar nos ignorando, ou talvez só estejam concentrados demais no jogo... Lana olhou para os dois sextanistas outra vez, e alguns segundos depois para o garoto que estava à sua frente. Ele parecia distraído, e Lana achou que o garoto provavelmente estava pensando em qualquer coisa que o fazia esquecer da realidade. Quando Lana percebeu que ele finalmente se lembrou da presença dela e fez uma pergunta, logo respondeu. Meu nome é Lana. Lana Bennet. E o seu, qual é? perguntou, um pouco menos sonolenta e mais animada por ter encontrado alguém para conversar. Sentou-se de novo na poltrona.

aBond. James Bond. revirou os olhos com a própria piadinha sem graça e nem sentido. Assistia muitos filmes trouxas quando era pequeno, e não sabia se a garota assistia também, talvez fosse nascida bruxa e tudo o mais. Preferiu não explicar a piada para não confundir ainda mais a garota. Brincadeira... Meu nome é Grey Cooper. ele não gostava muito de seu nome. Cinza... A única coisa que ele tinha de cinza eram os olhos. Era muito estranho, pois não conhecia muitas pessoas com olhos cinza. Era algo meio incomum. Também não gostava muito de seu sobrenome. Não sabia o motivo, mas não gostava. Lana... repetiu o nome da garota em voz alta. Você não tem cara de Lana...

Lana deu um sorriso de quem não entendeu quando o garoto falou "Bond. James Bond.". Não conhecia ninguém com aquele nome, mas talvez a pessoa não fosse nem bruxa. Resolveu não comentar sobre isso, para não ficar ainda mais confusa. Ficou encarando os próprios pés por um instante, mas ouviu a voz do garoto e logo levantou a cabeça. Repetiu o nome dele com uma voz um tanto distraída: Grey... É um nome bonito... Lana sentiu algum tipo de simpatia por esse nome, não sabia o motivo. Ouviu Grey falando de novo, e até estranhou um pouco o que ele disse. Não? Por quê? Eu tenho cara de que nome?

Franchesca entrou na Sala Comunal ,xingando a mala que quebrara, que estava em outro lugar,do cabelo que estava muito cresco, do sapato que molhou ao descer do trem,de Mirella que estava chata,de Nick que não estava de bom humor, resumindo, ela estava em uma péssima hora Porcaria de mala cara ! Eu compro aquela mala com o maior amo e carinho e ela faz isso comigo? VAI A ... antes de terminar, percebeu que Lana e um garoto que não conhecia, estavam olhando para ela,abafando risadas Er...Oi? Franchesca não ligou se estava passando vergonha, isso iria passar,não é ?

Grey viu que a menina realmente não entendera o que ele disse. É, sua mãe sempre o dissera que ele era mesmo bastante imaturo. Não gosto muito do meu nome... Cinza. Não tem nada a ver comigo. Bom, talvez tenha, se alguma coisa explodir no meu rosto, vou virar cinza... ficou alguns segundos quieto sem dizer nada e de repente começou a rir de seu próprio comentário. Só falava coisas sem sentido!

Só foi parar de rir uns dois minutos depois. Desculpa... Acho que os ares da escola não fazem muito bem pra mim... riu um pouco mais, mas não sabia o motivo. Parou de vez de rir e respondeu à pergunta de Lana. Não sei... Só não acho que você tem cara de Lana...

De repente viu uma garota entrar na Sala Comunal, ela parecia bastante irritada, até os garotos que jogavam xadrez se assustaram!

Er... Oi. cumprimentou, meio confuso.

Lana viu Franchesca chegando, e a menina não parecia estar nos seus melhores dias, estava irritada demais e xingando aos gritos, o que ela não achava que era muito comum em Franchesca. Disfarçou uma risada. Oi, Franchesca! Er... Tudo bem? ela voltou sua atenção para Grey por um momento. Bom, eu acho um nome legal... Lana riu um pouco do que ele falara, e viu que o garoto também ria. Ria até demais, pensou ela. Parou de rir poucos minutos depois. Ah... Tá bom, então... disse, sem nada melhor para falar.

Fran se sentiu mal por xingar tanto,afinal, a Lei de Murphy estava certa ''Tudo que pode dar errado,dará. e Dará da pior maneira possível'' . Ela se sentou de pernas cruzadas, estava de saia amarela xadres e uma blusa da Corvinal, tudo bem, era obrigatório usar o uniforme, mas ela não ligava muito Desculpem pelos xingamentos. Oi! corou Sou Franchesca Barri! Qual o problema de ter mais um amigo homem? ela olhou bem o garoto olhos cinzas...interessante depois olhou Lana que ficou alguns minutos rindo e depois voltou-se ao garoto para ver se ele falava alguma coisa timido, coitado...

Como dizia meu avó... ''Cada um, cada um.'' até hoje eu não descobri o que isso significa, mas sempre tive vontade de falar. corou um pouco ao ver a outra garota falando com ele também. Não costumava conversar com pessoas mais velhas. Aliás, não costumava conversar muito com pessoas. Se dava muito melhor com suas poções e experiências do que com seres vivos, que andavam e respiravam. Meu nome é Grey Cooper. esperou que a garota respondesse. Ela se sentou em uma poltrona. Não estava usando o uniforme da escola, era uma roupa diferente. Ele sempre seguia rigorosamente as regras da escola. Era raro alguém vê-lo com uma roupa que não fosse da escola. Essa era uma das muitas coisas que o faziam não conhecer muitas pessoas. Mas também colaboravam para isso o fato de que era meio exagerado e imaturo, distraído também... Muito distraído.

Fran pecebeu que o garoto tinha olhado para sua roupa, e depois ter comnetado o nome, qual o problema de usar uma saia amarela xardres, uma blusa de manga, sapatos fofos e um rabo de cavalo alto ? Lana e Grey estavam conversando alegremente, mas quando chegou eles se calaram sempre assim...dá nada! ela ficou olhando a janela, estava escuro Que ano você está,Grey? ela se voltou pra ele e ficou ecarando o cabelo de Lana,era tão bonito! Mais bonito que o seu crespo, mas o rabo ficou bonito.

Grey achou a garota um tanto estranha. Legal, claro... Mas estranha. Bom, sem problema nenhum, ele também era muito estranho. Só que não gostava de demonstrar isso para as pessoas. Não sabia como estava sendo tão natural com aquelas duas. Elas provavelmente o estavam achando muito estranho. Não as culpava, ele era mesmo. O único problema era se elas contassem para alguém... Não seria muito bom ficar conhecido como maluco. Tenho que arranjar um jeito de sair daqui. E rápido. pensou. Mas como faria isso? Que desculpa poderia dar? Novamente notou que estava perdido em seus pensamentos e acordou para a realidade. A garota que havia acabado de chegar perguntou em que ano ele estava. Tô no segundo ano. Vocês devem estr no terceiro... Acertei?
ele perguntou. Provavelmente estava certo. Elas pareciam mesmo estar no terceiro ano. Ele saiu da poltrona e se sentou no chão. Não sabia o motivo, mas às vezes gostava mais de ficar lá do que em poltronas. Agora precisava arranjar uma desculpa para sair de lá.

Lana riu um pouco quando Grey falou a frase que seu avô costumava usar. Teria explicado para ele o que significava, mas não queria parecer muito chata. Parou de rir um pouco depois e sorriu quando Franchesca falou com ela. Tudo bem pelos xingamentos, pelo menos não era com a gente. disse, levantando-se de novo da poltrona e andando um pouco até ficar mais perto de Grey e Franchesca. Lana estava muito inquieta. Percebeu que Franchesca olhava fixamente para seu cabelo, então só para assustá-la, ficou ruiva de repente, e esperando uma reação da garota, respondeu para Grey: Sim, nós estamos no terceiro ano...

O garoto não teria dito mais nada se não houvesse visto o cabelo da tal de Lana mudar de cor, fazendo-a ficar ruiva. Uau! deixou escapar baixinho uma exclamação de admiração. Você é metamorfomaga! os olhos do garoto chegavam a brilhar de empolgação, nunca havia conhecido ninguém que fosse metamorfomago. Acho que eu consigo fazer isso. Quero dizer... Não sou metamorfomago, mas aposto que consigo desenvolver algum feitiço ou talvez uma poção pra isso! Sou inventor, sabe... deixou escapar de novo, sem querer. Teve que se esforçar para não dar um tapa em sua própria testa, ao estilo desenho animado.Pronto! Agora que vão te achar maluco mesmo. Grey! uma voz parecida com a de sua mãe soou na cabeça do garoto. Ele sabia que, quando se falava em inventor, as pessoas já imaginavam aqueles velhos malucos que faziam as coisas explodirem.

É, eu sou... disse a garota, sorrindo outra vez. Ela até achou um pouco engraçado o fato de que os olhos de Grey estavam brilhando, mas não riu e nem falou nada. Quando ouviu o garoto dizendo que era inventor, Lana sentiu seus olhos mudarem levemente de seu tom cinzento para um azul. Era o que acontecia quando ficava empolgada, começava a metamorfosear sem perceber. Inventor? Que legal! Deve ser muito legal inventar coisas, feitiços, poções...! disse, ainda empolgada. Ah que ótimo, lá vai você começar a tagarelar! pensou Lana, sentindo uma certa vontade repentina de rir, mas mesmo assim se contendo.

Grey viu que a garota quase riu ao ver que seus olhos estavam brilhando, então tratou de olhar para o chão o mais rápido que conseguiu. Não controlava seus olhos, não era sua culpa! Bom, na verdade controlava, mas não sabia quando eles iam brilhar ou não, e... Bah! Até ele ja'estava ficando cconfuso com aquilo. Controlava ou não seus olhos? Ah, resolveu deixar isso para lá. Não era nada demais, mesmo.

Deixou o olhar fixo no tapete por alguns segundos.

É, é bem legal, sim... falou ainda sem olhar para a garota, com medo que ela fosse olhá-lo como se ele fosse um maluco ou algo parecido. Meu avô foi quem me ensinou tudo o que eu sei. Ele era brilhante! Aposto que não chego nem aos pés do que ele conseguiu...

Franchesca ouviu a palavra avô, e uma lágrima correu em seu rosto, seu avô tinha morrido há 6 anos, ela ainda não tinha superado a dor, porque ele morreu ao lado dela, eles estavam no pier,lá na França, e o avô dela era auror. Havia gente atrás dele, enquanto eles tomavam sorvete seu avô contava de quando era criança,de como se divertia e quando ele lhe deu um beijo na testa o mataram com o feitiço mais cruel que existe, ela nem gosta de lembrar o nome dele. Franchesca viu a cena de perto, e odiava quando falavam mal dele, ele sempre foi um bom homem. Ela rapidamente enxugou a lágrima e continuou a ouvir a conversa do dois, mas não conseguiu guardar a saudade que tinha do avô Avôs são legais. disse ela com a voz tremendo, detestava chorar.

É, eu sei... Eu gostava muito do meu avô... ele falou, olhando para o chão. Mesmo assim percebeu que a garota não estava bem. Parecia estar chorando ou coisa assim. Odiava ver pessoas chorando, então preferiu continuar olhando fixamente para o tapete, para evitar ter que olhar a menina enquanto ela chorava. Ele era legal... Me ensinou bastante coisa. Inclusive mexer o dedo mindinho de um jeito estranho, por isso eu não vou mostrar pra vocês agora. ele acabou dando uma risada curta. Mas aí ele explodiu. disse com uma firmeza na voz que fazia parecer que ele estava comentando sobre o tempo. E o pior é que era verdade, o avô havia explodido mesmo. Quando fez uma poção, o objetivo era crescer alguns centímetros, e quando o homem foi experimentar, a poção acabou explodindo-o alguns metros longe. Fora o pior dia da vida de Grey, mas ele não chorava ao se lembrar disso. Não porque não fosse triste, mas porque não gostava de chorar, mesmo. Ele conseguia se controlar, na maior parte do tempo.

Ela levantou a cabeça, a ponta do nariz continuava vermelho, mas ela era Franchesca Barri, e não A-Maria-mijona-do-bairro-da-esquina! Desulpa estar chorando, meu avô morreu na minha frente,sabe? Ela olhou para Lana, ela era tão,bonita e alegre, sua alegria contaminava,logo, sorriu.
Gray,né? Sabia que minha prima de terceiro grau e casada com um elfo? isso ela disse em voz baixa, isso era ilegal, mas fazer o que ? Era amo a primeira vista! E depois de beber muito Lana, você tá mudando de cor de novo! ela abafou um riso, formando quase um sorriso forçado.

O meu também morreu na minha frente. Como eu já disse, ele explodiu. Eu carrego pra todos os lugares uma amostra da poção até hoje. tirou do bolso das vestes um frasco cheio de um líquido amarelo quase puxando pro laranja. É isso aqui... olhou um pouco para o líquido, e quase deixou-o cair de suas mãos quando ouviu da garota que sua prima de terceiro grau era casada com um elfo. O que?! disse um pouco mais alto do que desejava. Sabia que isso é crime? dessa vez ele diminuiu o tom de voz, transformando-o quase em um sussurro. E então lembrou que não havia perguntado o nome da garota. Ah, aliás... Qual é o seu nome, mesmo?